VOCÊ JÁ UPOU SEU SOM NUMA PLATAFORMA E ELE SOOU DIFERENTE?

 

Por que minha música parece diferente quando eu a mando para o Soundcloud, Spotify, Youtube? Independente da plataforma, a resposta é masterização.

Cada plataforma tem um padrão sonoro, que acaba alterando as músicas e beats que não se encaixam nele.

Para que você não passe por isso, preparamos esse post que vai explicar o que ocorre e como evitar isso, para sua música soar da maneira que você fez, dentro dessas plataformas.

 

NORMALIZAÇÃO DO ÁUDIO

Como já dito, as plataformas digitais tem um processo de normalização do áudio.

Isso faz com que as músicas sejam reproduzidas em um volume padronizado, para que o público não sofra com variações bruscas de volume, na troca de uma faixa para outra.

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Antes de entrar em mais detalhes de como isso acontece, é importante que você entenda o que é o sistema “LUFS”.

Loudness Units relative to Full Scale(LUFS), é a maneira mais precisa de medir a intensidade do áudio sob a percepção humana de volume.

Ao contrário do RMS, medida usada para definir o volume médio das tracks, o LUFS ignora as frequências baixas e valoriza as médias e altas acima de 2000 Hz, uma região mais sensível aos ouvidos humanos.

Por exemplo: um grito te dá mais sensação de volume do que um contrabaixo, mesmo que o RMS seja maior no contrabaixo.

Isso porque os graves pesam muito na medida RMS, e a voz humana fica mais na região média/aguda. Portanto, pense no LUFS como um valor RMS mais preciso.

 

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POR QUE FAZER A MASTERIZAÇÃO EM UM NÍVEL DE LUFS ESPECÍFICO AJUDA SUA TRACK A SE DESTACAR NAS PLATAFORMAS DIGITAIS?

Se você é um produtor, compositor ou artista, pode ter ouvido falar da “Loudness War” ou “Guerra de Volumes”.

A ideologia dessa disputa, que se travou até a chegada das plataformas de streaming, era “quanto mais alto for a música, melhor o som para os ouvintes“.

Porém, com a chegada das plataformas e junto delas a padronização, isso passou a não funcionar mais.

Vamos pegar o Spotify como exemplo. Ele transmite áudio em torno de -14 LUFS.

Se uma faixa tiver um nível de intensidade de -8 LUFS, o Spotify diminuirá o volume dessa faixa para seu padrão de -14 LUFS.

Da mesma forma, se uma faixa tiver -23 LUFS, o volume será aumentado para a faixa padrão de LUFS.

O PRIMEIRO PASSO DE UMA BOA MASTER, É UMA BOA MIXAGEM. SE LIGA NOS ERROS MAIS COMETIDOS, QUE PODEM ACABAR COM A SUA!

 

EXEMPLOS DE MASTERIZAÇÃO

Na Figura 1, em verde claro, vemos uma faixa dinâmica medindo -13 LUFS.

Perceba, pela forma das ondas, que os transientes estão todos preservados, com espaço suficiente na “sala” para a música “respirar”.

 

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Figura 1: faixa com -13 LUFS

 

Na Figura 2, em vermelho escuro, temos a mesma faixa, com uma masterização excessiva em compressão e no limiter, que aumenta a intensidade da faixa para -8 LUFS.

Veja como os transientes ficaram esmagados, no mesmo nível, sem variação dinâmica entre eles.

Isso faz com que a música fique muito mais achatada e menos interessante.

 

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Figura 2: Mesmo áudio masterizado em -8 LUFS.

 

Abaixo, em rosa claro, na Figura 3, vemos como a onda sonora ficaria quando reproduzida através do Spotify.

Como mencionado, se a faixa fosse upada assim, a plataforma a comprimiria, transmitindo-a no seu padrão.

Isso faz com que sua música fique excessivamente comprimida, causando danos irreversíveis a sua sonoridade.

Assim, a faixa não teria a mesma energia e pressão que a mesma música masterizada em -13 LUFS, como no caso em verde da Figura 1.

 

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Figura 3: Áudio masterizado em -8 LUFS, depois de ser enviado para o Spotify, onde é padronizado para bater de -11 a -13 LUFS.

 

Na Figura 4 abaixo, vemos a mesma música usada nos exemplos acima, colocadas lado a lado. Ambas as tracks têm o loudness de -13 LUFS.

A versão em verde (onde foi preservada a maior dinâmica) parecerá muito melhor quando reproduzida através das plataformas digitais.

 

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Figura 4: A mesma faixa, masterizada em -13 LUFS (verde) e -8 LUFS (vermelho) depois de ser enviada para o Spotify e passar pela normalização automática.

 

Nota-se claramente, que a versão que preservou a dinâmica (em verde) possui picos de volume mais altos do que a versão muito comprimida na master (em vermelho).

OK, MAS COMO VOU SABER SE A MINHA MASTERIZAÇÃO TEM OS LUFS IDEAIS PARA A PLATAFORMA QUE VOU UPAR?

Você já sabe que o Spotify tem o padrão de -14 LUFS. Mas, também já sabe que cada plataforma tem o seu padrão:

  • Além do Spotify, Youtube, Tidal, Amazon Music tem o padrão de -14 LUFS;
  • Apple Music, com padrão de -15 a -17 LUFS;
  • Deezer, com padrão de -15 LUFS.

 

Sim, isso quer dizer que, para sua track bater da melhor forma, você deve fazer uma masterização para cada.

E para medir os LUFS da sua track, você pode utilizar o plugin Youlean Loudness Meter (que tem versão gratuita) ou o famoso WLM Meter, da Waves.

 

Deu pra perceber que não adianta querer comprimir e limitar demais na masterização em busca de aumentar o volume.

No final, as plataformas digitais vão comprimir o áudio automaticamente e sua música vai soar com menos pressão e energia do que uma masterização adequada.

Por isso, se você quer que sua música soe bem e de forma profissional, faça uma masterização para cada plataforma que for upar seu som!

 

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